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terça-feira, 30 de novembro de 2010

A estrutura da bolha de sabão, compreende?

É preciso criar a estrutura da bolha de sabão, a essência, a base, o centro da Terra.
Estou farta de superfície.




Tenho visto que eu tenho me acostumado a muitas coisas. Acostumei a dormir tarde, a acordar tarde, a ficar a maior parte do meu tempo em frente ao computador. Acostumei com a falta do sol invadindo a minha janela. Acostumei com um quarto pequeno, com as roupas mal organizadas em uma mala, a ficar o dia todo de pijama.
Acostumei a voltar de faculdade de ônibus, mesmo só tendo que atravessar um túnel para voltar para casa. Acostumei a ver mendigos nas ruas, a passar pela rua sem nem olhar os rostos das pessoas. A andar correndo, comer correndo, ler correndo... Acostumei com os meus horários. A ter hora para fazer tudo. 
Mas esqueci que tem uma praia a um quarteirão da minha casa, que tem vários CD's clássicos em casa para ouvir, vários filmes legais na locadora para alugar, vários mundo diferentes para se ver. 
Olhei para o lado e vi que a vida está assim para todo mundo. Muitas responsabilidades, muitos horários, muitos compromissos. Temos hora para tudo e cada segundo é muito tempo. Não percebemos, porque nos acostumamos até com as coisas ruins.
As vezes dá vontade de se desprender da superfície... Entrar no profundo, do profundo e encontrar a essência, porque eu vejo que isso que está faltando. Deve ser mesmo a rotina que faz isso com a gente. 
Queria poder poder transformar essa pedra que bloqueia a nossa magia, em uma linha tênue, quase igual a estrutura da bolha de sabão, compreende? Assim, cada mínimo detalhe do dia-a-dia seria tão magnifico ao ponto de não poder passar despercebido. 
"A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.(...)"

5 comentários:

  1. ... As vezes dá vontade de se desprender da superfície... Entrar no profundo, do profundo e encontrar a essência, porque eu vejo que isso que está faltando. Deve ser mesmo a rotina que faz isso com a gente ...

    ameeei *.*

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  2. É tem razão, eu parei pra ler o seu post e vi que eu sou assim '-' e isso me fez lembrar de uma propaganda do Itaú (Acho que era do Itaú) que dizia mais ou menos assim: "Quando a gente é pequeno o tempo é grande, e quando a gente fica grande o tempo se torna pequeno." amei o post. *-* mtmtmt

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  3. Sábias palavras prima!
    A correria, a rotina, o costume nos faz perder, esquecer da essência da vida, das coisas que realmente importam,de tudo a nossa volta, da nooossa essência!

    ;D
    Muuuito bom!

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  4. Infelizmente a gente se acostuma até com as piores coisas.

    Estou lhe seguindo...

    Beijos

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  5. Quem sabe uma viajem ao centro da terra não é mesmo?
    Sucesso com seu blog, vi numa comunidade do orkut.
    Estou seguindo e aguardo retribuição ok?
    Até mais.

    www.tocadowilliam.com

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Obrigado! *-*