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domingo, 17 de outubro de 2010

Lágrimas Ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim! 

Florbela Espanca

4 comentários:

  1. As vezes nosso exterior não permite que as pessoas se envolvam nos sentimentos e situações que se desfazem dentro de nós...
    As vezes elas mesmas nem percebem o turbilhão que é nosso interior!

    Mas de uma coisa eu sei, pode parecer as vezes que não, mas Alguém conhece cada canto, por mais obscuro que seja, de uma forma que até nós mesmos desconhecemos!

    Amo você! =D

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  2. Poxa, que lindo! Adorei!
    Beijos,
    narradorapersonagem.blogspot.com

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  3. Esse poema da Florbela é lindo... ela é maravilhosa né!
    Katy, muito obrigada por participar do blog. Eu realmente ainda não hava postado aquele poema do Vinicius, muito obrigada e participe sempre !

    Beijos!

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Obrigado! *-*